200 anos da Independência: como era São José dos Campos em setembro de 1822?

RESUMO: O artigo pretende contextualizar a entrevista concedida à TV Câmara de São José dos Campos/SP em setembro de 2022 tendo em vista um comentário sobre como era a cidade e o Vale do Paraíba nas circunstâncias da Independência do Brasil.

A cidade de São José dos Campos chegou ao século XXI como uma promessa de "smart city" no interior do estado de São Paulo. Hoje em dia, em meados de 2020, a cidade segue como capital da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, segue sendo uma referência como um polo tecnológico no plano nacional e internacional, além de ser um laboratório para o desenvolvimento de políticas e tecnologias de gestão de trânsito e segurança públicas.

Porém, esta ideia de São José dos Campos como uma espécie de "Vale do Silício" brasileiro - tal como a anedota corrente entre as elites da região - é bastante recente e se desenvolveu, principalmente, a partir do imaginário ufanista da Ditadura Militar (1964-1985). Como se sabe, a defesa do lema setentista "Brasil grande" associou estatismo, desenvolvimentismo e inovação tecnológica como sinônimos de progresso social e econômico. Em grande medida, estes valores estiveram sintetizados no ícone do avião, produto por definição da Embraer, que ainda hoje é vista como uma espécie de empresa-matriz da cidade de São José dos Campos.

Em setembro de 1822, enquanto docente de História da América Latina e do Brasil na Univap (Universidade do Vale do Paraíba), eu fui convidado para uma série de intervenções e comunicações públicas a respeito das efemérides dos 200 anos da Independência do Brasil. A entrevista a seguir foi concedida à TV Câmara de SJC em 9 de setembro de 2022 para compor uma reportagem a respeito de como era a cidade e a região do Vale do Paraíba no começo do século XIX, ou seja, momento em que o Brasil assistiu à formação de seu Estado-nação.

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